quinta-feira, 5 de abril de 2018

Uma nova guerra fria
Esta questão do eventual atentado contra a vida do antigo espião e da filha, perpetrado em Londres, está muito mal contado e ainda vai dar muito que falar. 
Por mim acho que a atitude prudente do Governo português, nesta matéria, justifica-se perfeitamente, pois a  quase histeria que deu a tantos países ocidentais só porque havia a suspeita de que tinham sido os russos a organizar o "complot",  não parece aceitável assim  sem quaisquer dúvidas. Já tivemos a guerra do Iraque, onde  os EUA e a Grã Bretanha afirmavam a pés juntos que se estava perante um odioso caso de uso de armas químicas pelo ditador iraquiano e veio a provar-se mais tarde que tudo não passou dum conjunto de mentiras alicerçadas de forma inteligente para convencer os aliados e, no fim, dar força aos EUA e aos seus apetites de petróleo... E , claro, a pressa que Durão Barroso teve em alinhar com a euforia aliada devia ter ficado na memória dos PSD de cá para  refrearem  agora a sua excitação belicosa e terem outro comportamento.
Não quero com isto dizer que  ilibo o regime de Putin de ser capaz de fazer atentados deste calibre  - claro que é capaz de fazer isto e muito mais e estar-se borrifando para as consequências. Mas não se vêem as vantagens que poderia ter nesta altura em proceder assim com o Ocidente, quando a economia russa está periclitante.
Para já o Ministro dos Negócios Estrangeiros britânico está apanhado numa descarada mentira e o Laboratório independente  não pode confirmar que a droga tenha vindo mesmo da Rússia ; por outro lado este assunto caiu que nem ginjas  para a Primeira Ministra britânica, que está em apuros e com esta trapalhada arranja motivos para desviar as atenções do povo  do Reino Unido. A mim tudo isto me cheira a esturro. 
E Portugal poupou os inconvenientes de cortar relações com a Rússia sem haver uma certeza, uma garantia, de que o crime foi mesmo da autoria dos russos, SE vier a provar-se que os russos são os autores, então sim, Portugal não poderá deixar de tomar outra atitude diplomática, Até lá a prudência também é uma arma diplomática.

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